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terça-feira, 16 de julho de 2013

Aulas 9 e 10 - A História

Esta é uma disciplina por excelência do campo das Humanidades.

O texto escolhido para orientar a aula é a reflexão de Marc Bloch, um nome expressivo da Escola de Annales, da corrente histórica originária ainda à época da grande depressão e preocupada com a "longa duração"e seus processos. Seu texto vem carregado de reverência e da defesa do campo da História e seus métodos.

Como sempre, aguardamos comentários e dúvidas após as aulas.
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BLOCH, Marc (2001). Apologia da História ou o oficio do Historiador. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor

Cap. 1 - A história, os homens e o tempo

  • A história é um "problema de ação" - diante d imensa realidade ele, recorta, escolhe
  • Não é a "ciência do passado" - diferente da velha historiografia não é uma narrativa, descritiva, "contada"
  • Alguns problemas podem parecer da alçada de outras ciências. Por exemplo, o assoreamento na costa flamenga. Mas quem influenciou sua produção, quem auxiliou sua transformação? Para fora da biologia ou da geologia, foram os atos humanos, de dada estrutura social
  • sociedade "remodela" o real e em sua raiz estão os HOMENS, este sim o objeto da história - onde o hsitoriador fareja "carne humana" está sua caça
  • mas, não apenas uma ciência do homem, mas dos homens no TEMPO
Identificar com precisão a curva de destino entre o homem e a civilização que representa sua atmosfera


  • tempo como continuum e perpétua mudança - antítese que produz a matéria da História
  • nunca se estuda a história fora do estudo de seu momento -apelar apenas "à origem" dos fatos, ideias ou épocas não esclarece - 
por que isto influenciou o presente desta forma, em que momento?  - há o momento da instalação e o "terreno" onde algo se instala


  • o presente - efêmero, momento, não explica tudo como algumas ciências imaginam, nem é prisioneiro meramente do passado
homens, ocorrências, ideias de antes DEVEM SER RECOLOCADAS NA ATMOSFERA MENTAL DE SEU TEMPO, MAS É VÃO COMPREENDER O PASSADO SEM NADA SE SABE DO PRESENTE

"São as experiências cotidianas que, para nuança-las onde se deve, atribuímos matizes novos, em última análise os elemento, que nos servem para reconstituir" (p. 66).


  • primeiro observar a paisagem de hoje, a perspectiva do conjunto de onde se parte - daí penetrar em documentos anteriores, na "brumosa gênese"
  • trata-se história da "(...) ciência dos homens no tempo e que incessantemente tem a necessidade de unir o estudo dos mortos ao dos vivos"   (p.67)
A única história verdadeira, e que somente pode ser feita com ajuda mútua de pesquisadores, é a história universal.

sábado, 13 de julho de 2013

Aula 8 - Ciência e Humanidades

A dimensão científica toca diretamente as Ciências Humanas. A maioria delas procura encontrar-se com um método, com técnicas, até com testes e a matemática, em alguns casos. O que torna uma pesquisa científica? Por que é preciso provar e demonstrar mesmo aqui? A importância em recolher dados (e/ou "fatos") existe aqui e nas demais ciências. Menciona-se na literatura as hard sciences (como a física e a matemática) e soft sciences (como as diversas ciências humanas), sendo a principal diferença os métodos e técnicas utilizados. Mas isto importa pouco aqui. Interessa, sim, conhecer alguns elementos do saber científico que servem a uma e outra. E servem para buscar explicar o que parece nebuloso, fantástico ou oculto.

O texto escolhido para a aula consta no link de compartilhamento, assinado por Carl Sagan, o astrofísico americano e divulgador científico falecido há alguns anos.

Como sempre, comentários e dúvidas abaixo.

terça-feira, 9 de julho de 2013

Atividade 3 - O que é religião?

A resposta deve ser postada até o dia 11/07/13. Lembre-se de colocar o nome do autor.
Lembrem-se de tb informar bibliografia utilizada e complementar.
abraços a todos
Valor: 5 pontos

segunda-feira, 8 de julho de 2013

Aviso Monitoria

No dia 11 de Julho de 2013 não haverá monitoria. 
Os monitores encontram-se em Congresso. 
As atividades retornam na semana seguinte normalmente.

Att
Elza Oliveira

quinta-feira, 4 de julho de 2013

Aula 6 e 7 - Religiosidade



           Eliade nos da uma introdução à ciência das religiões e mais propriamente uma Fenomenologia da Religião, defendendo a tese de que a ciência da religião é uma disciplina autônoma e tem como objeto a análise dos elementos essências das diversas religiões. Assim, Eliade nos apresenta uma descrição comparada das religiões (desde as mais arcaicas) e tenda demonstrar a evolução, origem e forma primeira da experiência religiosa do homem.
          O autor vai contextualizar a experiência religiosa e de que maneira ela aparece na existência do homem, isto é, a manifestação do sagrado. A primeira experiência religiosa do homem é antes de mais nada a manifestação do sagrado, ou seja, sua oposição ao profano. Ele diz que o sagrado é em primeiro lugar algo diferente do profano, pois ele já se mostra como algo diferente; e propõe o termo Hierofania para este ato da manifestação do sagrado. Assim temos, segundo Eliade, duas modalidades de experiência: sagrada e profana, isto é, dois modos de ser-no-mundo, duas situações existenciais assumidas pelo homem e que dependem das conquistas que fizeram do Cosmo.
            A partir destes dois modos-de-ser no mundo – sagrado e profano – segue-se então para a análise da manifestação do sagrado, que se dá pela experiência religiosa, e em diversos outros modos-de-ser do homem diante o Universo. Mircea Eliade, então, relaciona a manifestação do sagrado (experiência religiosa) como fundante para a experiência do mundo como mundo. Descreve a questão da espacialidade, a temporalidade, a sacralidade da Natureza (morada do ser) e a existência humana e a vida santificada. Aqui se percebe a análise fenomenológica que faz recorrendo aos primórdios da experiência humana, tanto existencial quanto coletiva, aproximando sua descrição comparativa a níveis ontológicos do homem.
         O espaço para o homem religioso, não é um espaço qualquer e homogêneo, mas há diferenças fundamentais entre um espaço sagrado e os não sagrados. Assim, se constitui então dois tipos de espaço: o sagrado – que é real e que existe, e o profano – com o resto e extensão. Como a primeira experiência do homem é estar no mundo, desta mesma maneira a manifestação do sagrado se funda ontologicamente no mundo. Já o espaço profano é homogêneo e neutro, é geometricamente dividido sem preocupações vivenciais. Resumindo, o espaço sagrado é o que permite o homem que se obtenha um ponto de referência a sua existência, deixando de ser caótica, enquanto o espaço profano mantém-se homogêneo e não goza de nenhum plano ontológico por não se constituir como realidade ou orientação vivencial. Estes dois modos-de-ser no espaço aparece em diversas teofanias e sinais, como ritos que diferenciam os lugares sagrados, templos religiosos, escolhas de lugares para a constituição do espaço vivencial.
        O espaço sagrado é portador do Cosmo, isto é, na sua constituição no espaço sagrado é que o homem religioso se separa do mundo caótico. É na consagração de um espaço que ele se cosmoliza. Assim quando ele ergue um templo, por exemplo, nada mais é que um repetição da Criação. Nisso tem-se então o ato primordial da transformação do Caos em Cosmo. A definição do espaço sagrado, além destes aspectos da morada primordial, também vai ser o “centro do mundo”, pois o verdadeiro mundo encontra-se no meio, no centro. “O homem religioso desejava viver o mais perto possível do centro do Mundo” (p.27), isso porque há a experiência e necessidade de existir num mundo total e organizado, como modelo da Cosmogonia.
            Eliade concluí este capítulo do espaço sagrado dizendo: “A profunda nostalgia do homem religioso é habitar um ‘mundo divino’, ter uma casa semelhante à ‘casa dos deuses’, tal qual foi representada mais tarde nos templos e santuários. Em suma, essa nostalgia religiosa exprime o desejo de viver num cosmos puro e santo, tal como era no começo, quando saiu das mãos do Criador.” (p.37)


Obs: A quem interessar, encontra-se na pasta um texto de apoio intitulado "Sociologia: Sua Bússola para um novo mundo" com uma pequena abordagem sobre Sociologia e Religião. Este texto pode auxiliar na compreensão do tema.